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Rádio ESPORTESNET

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A 15 anos, André Ribeiro vencia no Brasil


     O dia era 17 de março de 1996. Há pouco mais de 15 anos, André Ribeiro fazia história e vencia a Rio 400, primeira corrida da Indy disputada em solo brasileiro. Até hoje, nenhum piloto nacional repetiu o feito do ex-piloto paulista, atualmente com 45 anos e que se divide entre as atividades de empresário e mentor da carreira de Bia Figueiredo. Em entrevista ao site ‘Gazeta Esportiva.net’, André falou da experiência de ter conquistado o triunfo no extinto circuito oval Emerson Fittipaldi, em Jacarepaguá, e disse que correr no Brasil é “muito diferente”.
     “Eu lembro bastante da corrida. Foi tamanha emoção, repercussão, que foi um negócio difícil de esquecer”, contou Ribeiro.
     O ex-piloto, com trajetória de destaque pela Tasman — entre 1995 e 1997 — e também com passagem discreta pela Penske em 1998, conquistou a primeira vitória de um piloto brasileiro em categoria top no Brasil desde o triunfo de Ayrton Senna em 1993 no circuito de Interlagos, um ano antes de sua morte. “O Brasil vinha de uma fase de baixo astral em relação ao automobilismo pela morte do Ayrton Senna alguns anos antes; a F1 estava em baixa, e a Indy acabou tendo uma dimensão muito grande. Foi a primeira corrida no país, então aquela vitória trouxe um atrativo, uma alegria que os brasileiros há tempos não sentiam”, recordou o paulista.
    “Correr em casa é muito diferente. Lembro que fiquei três dias e três noites sem dormir depois de ganhar no Rio, tamanha era a excitação, a quantidade de promoções e eventos nos dias seguintes”, disse André, que venceu três vezes na Indy, então chamada Champ Car, por conta da cisão com a então categoria de Tony George. Ribeiro conquistou também as 200 Milhas de New Hampshire, em 1995, e as 500 Milhas de Michigan, no mesmo ano da vitória em Jacarepaguá.
     Questionado se o fato de correr em casa pode motivar os pilotos brasileiros, o ex-piloto entende que tal situação tem prós e contras. “Acho que isso pode tanto ajudar, quanto pode atrapalhar. Ajuda porque a energia é absurda, pelo menos, as vezes em que corri aqui, senti isso. É uma energia muito grande, que te estimula, mas se você não souber lidar com isso, acaba prejudicando. Porque isso pode deixar você ansioso, assustado, distraído. Depende de como cada um vai lidar, o assédio é grande e é diferente.”
     André acredita que os cinco pilotos brasileiros que vão disputar a SP Indy 300 no próximo domingo (1) poderão fazer um bom papel. “Acho que o Tony Kanaan tem boas chances, o Helio [Castroneves] também. A Bia Figueiredo está melhorando do braço, o que é uma coisa espetacular. As pessoas às vezes não têm noção de que ela dirigiu a última corrida em Long Beach com uma mão só, é quase surreal. É óbvio que ela tem a outra mão, mas não tem o tato, nem a mobilidade do pulso que você precisa para virar o volante. Acho que a Bia tem chances de fazer uma corrida boa, mas não tem condições para vencer. Se isso acontecesse seria uma grande surpresa. O Vitor Meira foi muito bem no ano passado [3º colocado], conhece o circuito e pode vir motivado. De forma geral o Brasil tem boas chances.”
     Por fim, Ribeiro brincou ao dizer que não pode andar na mesma velocidade dos pilotos da Indy na Marginal Tietê, tradicional trecho de congestionamento de trânsito na capital paulista. “Eu fico morrendo de dor de cotovelo, porque eu sou um dos caras que anda na Marginal a 20 km/h durante a semana. Então é um sonho que em algum momento tenha alguém passando a essa velocidade toda lá. O sentimento é uma dor de cotovelo imensa”, encerrou o empresário.


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